quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Matéria completa da Kiki para a ALLURE-VALE A PENA

Kristen Stewart: os rumores, a fama e 1000 coisas que deixam ela realmente, realmente desconfortável

Nas profundezas

A celebridade mais relutante do país, Kristen Stewart, tenta se adaptar a sua nova vida glamurosa.

Kristen Stewart é agitada. Atrasada para uma entrevista (uma hora e meia, para ser precisa), seu cabelo um pouco sujo e bagunçado, ela correu pelo saguão do hotel Bel-Air como se ela estivesse fugindo de um motim e, de alguma maneira, ela estava.
Ok, isso está além dos limites do aceitável”, Stewart diz. “Eu estou totalmente, completamente e inaceitavelmente atrasada”.

Entrando em uma cabine, colocando o celular e um maço de Parliaments na mesa, ela parece inconsolavelmente agitada, até sem fôlego. Ela se perdeu, ela explica. Tentando encontrar o hotel, ela desesperadamnte, fez a volta. Esqueça que ela nasceu e cresceu em Los Angeles.

Por fim, eu tive que perguntar a eles qual era a direção”, diz ela, balançando a cabeça em descrença. “Eu literalmente parei para perguntar a eles”.

Eles?

Os paparazzi”, ela esclarece, “havia cinco deles me perseguindo em SUVs. Eu parei e pedi para a porra dos paparazzi a direção certa. Não consigo acreditar na loucura que é minha vida”.

Desde o lançamento do fenômeno Twilight, o romance vampírico adolescente baseado na extremamente popular série de livros, a vida de Stewart se tornou uma incontestável loucura. Os tablóides e blogs de fofocas fizeram dela sua constante fonte de publicidade, e os fotógrafos a perseguem onde quer que ela vá. Eles chegaram a acampar em frente a sua casa. Fazem isso na casa de seus pais. Aos 19, Stewart, comprou recentemente, sua própria casa, mas se refere à casa de sua família, em San Fernando Valley, como “lar”.

Eu fico na minha nova casa até eu precisar de comida”, diz ela “Então, eu vou para casa. Eles não podem bater na porta, mas eles podem fotografar através das janelas o que está totalmente dentro dos seus direitos. Você tem que ter certeza de que suas janelas estão fechadas. Agora mesmo, há 15 deles”.

Recapitulando, quando Kristen Stewart diz “eles”, ela quer dizer os “paparazzi”: os 15 fotógrafos que estão instalandos no jardim da frente da casa de seus pais, ainda que vários deles estejam agora estacionados do lado de fora do Bel-Air, esperando ela sair. E aqui uma outra palavra cuja definição de Stewart pode variar, dependendo da norma: “pessoas”.

Quando eu digo ‘pessoas’, eu quero dizer ‘blogueiros’”, ela diz. “E comentários (na internet). Os que comentam geralmente são piores do que os blogueiros. Eu sei o que as pessoas dizem sobre mim. Depois que eu voltar dessa entrevista, eu vou dar uma olhada e ver o quão idiota eu pareço me perdendo. Você pode apenas dar um google “Kristen Stewart, direções, perdidas” ou pôr a data. Eu não posso acreditar que estou falando como me pesquisar no google”.

Stewart não diz o porquê ela pesquisa ela mesma, mas dada a força da curiosidade e da auto-consciência, que estão claramente em guerra dentro dela, você tem o sentimento de que é algo que ela simplesmente não pode evitar. E, como previsto, uma pesquisa de imagens dessa data em especial geram uma sequência de fotos praticamente idênticas e banais daquela tarde. Stewart, o celular mencionado e um maço de cigarros na mão, andando por um estacionamento, Stewart subindo uma escada; e sim, Stewart parecendo envergonhada e confusa atrás do volante do seu mini cooper preto. E, de fato, as “pessoas” têm várias opiniões sobre ela, nem todas gentis. Uma pequena amostra:

“Eu amooo Kristen!! Ela é tipo, minha atriz favorita e não é so por causa de Twilight! Ela arrasa, eu adoraria sair com ela, eu apenas queria que ela não fumasse, mas quem se importa, só afeta a ela mesma… EU TE AMO KRISTEN!”

“… pra mim, ela parece só um lixo branco e desajeitado…”

“Kristen Stewart sempre com esse cabelo de quem acabou de sair da cama. Adoro isso. É sexy.”

“ESTRANHA!”

Nem sempre foi assim. Antes de 21 de novembro de 2008, o dia em que a versão cinematográfica de Twilight invadiu os cinemas (o segundo, The Twilight Saga: New Moon, estréia esse mês) e de legiões de fãs fiéis fazerem de Stewart uma estrela da noite para o dia, ela era apenas uma garota comum. Uma ex-atriz mirim sofrendo uma transição para papéis mais maduros e, relativamente, introspectivos, Stewart combina aquela sexy vizinha moleca e a garota moderna e casual o que faz dela um novo sopro de renovação da rebeldia feminina da maioria das outras atrizes de sua idade.

Dentro ou fora da personagem, ela é muito mais adepta do jeans e do capuz do que mostrar suas pernas ou usar decote. Sua voz e maneirismos são igualmente despretensiosos; nas telas, ela consegue ser tão natural e sem afetações que, às vezes, dá a impressão de que não está atuando nem um pouco. Se sua trajetória profissional tivesse sido um pouco diferente, essas qualidades podiam tê-la levado para o status de rainha indie – uma Parker Posey mais lacônica. Mas como aconteceu, Stewart foi escalada para uma  franquia milionária que, graças ao legado dos livros, já teve uma enorme audiência e, que instantaneamente, se tornou ainda maior. Ainda que Stewart tenha sido uma escolha perfeita para Bella Swan, a tímida colegial que cai sobre a influência de Edward, um vampiro de 108 anos que habita o corpo de um belo, ainda que ligeiramente anêmico adolescente (Robert Pattinson), ela está significativamente menos confortável em sua vida real como um ícone teen. E como o lançamento de New Moon, ela se prepara para mais uma nova onda de loucura.

O que as pessoas me disseram (quando assinei para Twilight) era que iria ter uma leva de fãs, pessoas que amam os livros”, diz Stewart, suas unhas escuras contrastando com os sanduíches que está comendo. “E que elas estariam obcecadas e que eu receberia muitas críticas, como também muitos elogios. Mas as pessoas não lhe dizem que, vivendo em Los Angeles, é um show a cada segundo do seu dia. É como o Show da Kristen. E isso é muito entediante!”

“Entediante” é uma palavra que Kristen usa bastante quando se trata de si. Sua propensão para a auto-depreciação é correspondente a sua indiferença, ligeiramente triste, o que faz de seus papéis tão melancolicamente atraentes. Mas para registro ela não é nem um pouco entediate. Ela tem idéias e preocupações sobre si mesma e o mundo. Ela escreve um pouco (“Eu não sou uma escritra de histórias, mas eu amo palavras, eu amo o efeito que elas têm”, diz) e ela gosta de ler ficção – recentemente, Henry Miller. Além de que, é difícil ser tediosa quando você é inteligente o bastante para escolher papéis interessantes em interessantes filmes (seu papel como uma funcionária de um parque cheia de humor negro na última primavera, em Adventureland, foi particularmente pungente) e está interpretando Joan Jett (numa roupa de couro preta bem colada) no vindouro The Runaways. É difícil ser tediosa quando se trabalha com diretores como Sean Penn (Na Natureza Selvagem) e Mike Figgis (Cold Creek Manor) e quando, aos onze anos, em seu segundo filme, você interpreta a filha de uma atriz lendária a quem você é constantemente comparada, Jodie Foster (O Quarto do Pânico).

Ainda uma garota de 19 anos que deixou a escola na sétima série (ela fez um programa de estudos em casa, com tutores) e alguém, segundo ela mesma, que não é muito boa para falar de si mesma e que pode ter dificuldades em se conter diante de sua vida de estrela. E a propensão de Stewart para se atrapalhar com as palavras, relaxando os ombros e recomeçando frases pela metade, não salvam sua reputação da relutante e atrapalhada. Enquanto recebia seu prêmio de melhor atriz no MTV Movie Awards, em junho, ela conseguiu arremessar sua pipoca dourada através do palco, um olhar de horror passou pelo seu rosto, ela se encolheu em frente à multidão e disse, “Eu fui tão atrapalhada quanto eu pensei que eu seria”. E, no começo desse ano, numa aparição no David Letterman, onde ela gaguejou e disse algo sobre dirigir até a Rússia (bem como dar um aviso indiferente: “Eu sou realmente muito chata”) provocou uma onda de piadas de mal gosto na blogosfera.

Aparentemente eu estava fora de mim, ou algo assim”, Stewart diz sobre a reação. “Eu sinto como se eu fosse e sentasse e fosse tipo, ‘E aí, como está? O que quer saber de mim?’ as pessoas iriam desligar suas TVs e ficar tipo, ‘Livrem-se dessa garota’… Aqueles dez minutos são tudo. Você tem que ser engraçada e bonitinha, e você tem que promover o filme, e eu não sei o que mais. Você tem que parecer gostosa ou algo assim. Eu não sei; eu não sei”.

Também para registro, Stewart é gostosa. Ela tem uma pele luminosa, olhos verdes cintilantes (ela usa lentes de contato para interpretar Swan, que é descrita nos livros, como tendo olhos castanhos) e um corpo esguio que, aparentemente, exige pouco em termos de exercícios físicos ou dieta: “Você precisa ver meu irmão; ele é tipo muito magro. Nós dois apenas somos naturalmente magros”, ela diz. Sobre porque certos perseguidores de celebridades podem se irritar com sua recusa de jogar pelas regras convencionais do jogo, do glamour feminino, a perspicácia de Stewart sobre o assunto é marcada pela desconfiança.

Eu saio pra fora, e estou vestindo uma camiseta surrada e meu cabelo está sujo, e as pessoas dizem, ‘O que há de errado com ela? Ela precisa investir em uma escova’”, Stewart dispara, sua voz elevando-se acima do quase silêncio em que se encontra a sala (interessante como ela parece muito mais animada fora das telas do que dentro). “Eu sou tipo, você não percebeu? Eu não sou aquela garota! Tipo, eu nunca fui aquela garota. Não é como se eu tivesse um corte limpo e arrumadinho no ano passado”.

Não, mas há um ano ela não era influência para milhares de garotas adolescentes (e uma grande quantidade de mães dessas garotas) que fantasiam desarticuladamente sobre o Eros de uma paixão vampírica proibida. A alegoria de Twilight pode compreender vários temas – divórcio, deslocação, a indescritível emoção de ser escolhida pelo cara que todas querem – mas em sua essência, Twilight é sobre a dinâmica psico-sexual das restrições. Se Bella e Edward consumarem seu relacionamento, ela arrisca juntar-se a ele ao mundo dos mortos-vivos. E por amá-la muito para sacrificá-la, e ela o ama o suficiente que está disposta a cometer o sacrifício, seu romance trava nesse ponto entre o possível e o impossível, entre o começo e o fim.

Há muitas coisas de vampiros por aí, mas esse vai mais fundo”, diz Stewart, que confessa que não era uma fã dos livros antes de assinar para os filmes. “Mas é (mais do que) apenas preliminares. Ainda que tenha feito isso tão bem – tem feito um trabalho muito bom – a espera, é tipo, ridículo. Mas é tudo pelas razões certas. Você fica muito com Bella. Você se põe no lugar dela. É uma experiência poderosa. É viciante”.

E assim é a onda de especulações que se instalou em torno de um possível romance fora das telas entre Stewart e Pattinson, de 23 anos. Embora, ela esteja ligada, há muito, ao ator Michael Angarano, 21, com quem ela contracenou no filme Speak de 2004, inúmeros veículos de comunicação têm tido uma certa euforia em dar a entender que Pattinson e Stewart anseiam secretamente um pelo outro, mas são restringidos por algumas amarras da vida real. “Mas o que ele realmente quer é sua co-estrela?”, anunciou uma capa da revista People que trazia Pattinson estampado em julho. Naquele mesmo mês, um tablóide australiano “relatou” a falsa história de que Stewart estava grávida de Pattinson. De fato, sua vida pessoal não é algo que ela gosta de falar a respeito, porque mesmo de forma menos autêntica, se tornou entediante. Para ela, de qualquer forma.

Eu leio essa história todo dia”, diz ela, quando perguntada se Angarano ainda é seu namorado e se há alguma verdade nos rumores sobre Pattinson. “Está em uma história a cada dia, então não vamos colocar isso em outra”. E com isso, ela lança um olhar imponente, quase gélido que faz você crer que um vampiro adolescente pode se apaixonar por ela. Ela também deixa muito claro que não se deve pressioná-la quando o assunto é sua vida amorosa.

Muito da auto-definição de Stewart foi construída a partir do que ela se opõe. Ela é rápida ao dizer o que ela não gosta, não pode ou não quer fazer. Por exemplo, sobre falar pouco “Você não pode esperar que alguém chegue a algum lugar em dez minutos de conversa”,sobre aulas de interpretação “O que me arruinou”), e sobre a idéia de atores posando para fotógrafos. “É a coisa mais inútil do mundo, ver atores saírem de seus edifícios e ver como eles se colocam na frente dos paparazzi”.

Pergunte o que ela é, o que ela aspira e o que quer da vida , e Stewart trava um pouco mais. Como muitas garotas de 19 anos com certo tipo de índole e temperamento, ela tem uma porção de idéias sobre o que é “real” e como e porque essa “realidade” é freqüentemente posta de lado em favor de mentiras.

Sua dificuldade se converte em um bate-papo quando se trata de filmes pelos quais ela é apaixonada o que pode fazê-la parecer indiferente. Essa indiferença pode resultar da sua personalidade “cool demais”, o que pode fazer as pessoas pensarem que Stewart não dá a mínima, não se importa. De fato, ela se importa demais. “Eu gasto muito do meu tempo lutando contra soar insincera a respeito de uma coisa pela qual eu morreria”, Stewart diz. “Talvez eu esteja tentando compensar… eu me importo demais. E é mostrado o oposto. E mesmo vendo isto (a entrevista), eles ficarão tipo, Oh, ela está tentando fazer com que a gente saiba…

A voz de Stewart morre. Ela não tem certeza de como terminar a frase. Ela brinca com seu cabelo e cobre o rosto com suas mãos e esfrega suas têmporas, como se suas verdadeiras expressões estivessem enterradas sob os escombros das coletivas de imprensa, e as sessões de fotos e tudo mais fazem com que ela acabe por cometer coisas como arremessar seu troféus do MTV Awards no palco.

Eu não consigo entender a situação em que estava a minha vida, quando aquele momento ocorreu”, Stewart fala a respeito do troféu lançado. “Foi tipo, ‘Nãããããão…’ Todo mundo diz que foi tão cativante, mas foi horrível”.

Se alguma frase pode sintetizar o que é ser como Kristen Stewart (não que ela pudesse aprovar algo tão reducionista), seria essa. Há algo inequivocavelmente charmoso – mesmo encantador – em seu jeito atrapalhado, um afeto bruto. Mas a falta de interesse de Stewart em se tornar mais glamourosa ou competente – ou, conforme o caso, mais íntima com as ruas de LA – pode fazer sua vida ser mais difícil do que necessita ser. Ainda assim, quando se tem 19, as boas notícias são como as más notícias: Não duram para sempre. Stewart irá crescer e, com alguma sorte, ter melhor orientação e com bastante força de vontade, talvez ela pare de pesquisar no Google sobre si mesma.

|FONTE

ADOREI A ENTREVISTA…

SÓ O COMENTÁRIO FINAL-“…talvez ela pare de pesquisar no Google sobre si mesma.”-, QUE FOI TIPO….DISPENSÁVEL !

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