Ela ainda tem só 19 anos, mas a estrela de Twilight, Kristen Stewart, já está conquistando Hollywood – do seu jeito.
Kristen Stewart é o mais recente ídolo adolescente da América. Estrela da saga Twilight, a vampiresca paixão-doentia, ela tem o mundo aos seus pés. Mas, como convém a uma jovem atriz cuja carreira está repleta de papéis misantropos, Stewart pode ser uma pessoa complicada de entrevistar.
“Tipo, quando eu comecei o trabalho de Twilight eu tive uma sessão de treinamento de mídia”, ela diz quando eu pergunto sobre sua antipatia de entrevistas, “eu já atuava há oito anos, e eu pensei, foda-se!” Eu fiquei, tipo, ‘Você acha que vai juntar todas minhas pequenas inseguranças e jogá-las pela janela? Eu tenho trabalhado por oito anos. Você acha que vai me preparar para que eu coloque palavras doces em minha boca? Isso não vai acontecer ‘.”. Ela se acalma enquanto sua agitação passional diminui.
Muitos jornalistas acham Stewart, 19, uma entrevistada difícil. Pessoalmente, ela é incrivelmente articulada e afiada, e enquanto está longe de se encantar com o processo da entrevista, ela é brilhante e pensativa e responde cada questão com cuidado.
É importante lembrar que ela ainda é uma adolescente – ainda que uma adolescente muito inteligente, que, muito possivelmente, ergue-se como líder dos talentos emergentes do sexo feminino em Hollywood.
Os tipos como Vanessa Hudgens, de High School Musical, e Emma Watson, de Harry Potter, podem se achar grandes figuras de público, mas quando se trata de casar sucesso nas telas com retornos de bilheteria, Stewart está bem no topo da árvore.
Como a liderança feminina em Twilight, a saga vampiresca extraída do best-seller de Stephenie Meyer, Stewart já ajudou a franquia a afundar suas presas em 380 milhões de dólares em bilheteria, retornando quase 10 vezes o seu orçamento de produção.
O segundo volume da série, New Moon, já está no ponto e ela começou a filmar o terceiro filme da série – Eclipse, no mês passado.
Seu talento está aí para todos verem, de seu filme de descoberta, o thriller de 2002, Quarto do Pânico, em que interpreta a filha mal-humorada de 11 anos de idade de Jodie Foster, até O Silêncio de Melinda, de 2004, no qual ela interpreta uma menina 14 anos que, após ser estuprada, escolhe não falar.
Mas foi Twilight que fez dela uma estrela internacional.
“Estou muito orgulhosa de Twilight”, ela sorri, “e é bom que eu possa ser parte de algo tão grande.”
A franquia se desenvolve em torno da personagem de Stewart, Bella Swan, uma jovem inteligente e muito tensa que se muda para ficar com seu pai, no noroeste do Pacífico, onde ela se apaixona por um vampiro. Ele se chama Edward Cullen (Robert Pattinson) e é simplesmente a criatura mais perfeita da Terra. Após um doloroso embate de “será que sim / será que não?” no primeiro filme, eles encontram o amor, mas o segundo filme os traz separados.
Stewart diz: “Muito mais é apresentado e o segundo filme é um pouco mais intrigante em alguns aspectos. Edward deixa Bella, o que é interessante, considerando-se que o primeiro filme se baseia inteiramente na sua devoção um ao outro, e você os vê se virando um sem o outro. Você também vê este outro personagem, Jacob (Taylor Lautner), que deve representar a luz e o calor. Depois que Edward vai embora, ele tira Bella de uma monotonia. E é realmente trágico. Há realmente muito mais com o que trabalhar.”
Ela diz que aprecia o que Twilight fez por sua carreira.
“Estou muito feliz por fazer esses filmes, não menos importantes, não porque a maioria dos filmes que eu fiz realmente não chega a ver a luz do dia. Eles são filmes pequenos, independentes. Mas os fãs realmente se preocupam com a história de Twilight.”
New Moon não estreia até novembro, embora Stewart volte à telona este mês.
Ela estrela como Em, na agridoce comédia indie Adventureland, escrita e filmada por Greg Mottola, que dirigiu The Daytrippers e Superbad. Apesar de uma campanha de marketing um tanto equivocada e baixo desempenho nas bilheterias dos EUA (com apenas US $ 16 milhões), Adventureland é um conto ágil, criativo e completamente envolvente que oscila entre risadas de palhaçada e uma comédia mais escura, mais pungente e espirituosa.
A história foi retirada de experiências próprias de Mottola quando ele trabalhava em um parque temático durante sua juventude, e tem um sabor de 1980 que deve agradar a qualquer pessoa que cresceu nessa década. Também é extremamente bem atuado, com Jesse Eisenberg (A Lula e a Baleia), Ryan Reynolds (A proposta), Martin Starr (Ligeiramente Grávidos) e Bill Hader (Saturday Night Live), todos em brilhante forma.
A personagem de Stewart no filme, como se poderia esperar, oscila para o lado escuro, ela está lutando com uma vida familiar problemática e uma relação complicada com um homem muito mais velho, interpretado por Reynolds.
“Minha visão da história recai no fato de que Em é uma pessoa diferente dependendo de quem está com ela”, diz Stewart. “Ela recebe das pessoas o que ela precisa e pode reinventar-se, o que as pessoas fazem naturalmente. Não é como se ela estivesse sendo falsa, é só que ela tem diferentes aspectos que ela pode mostrar a diferentes pessoas.”
Mottola acredita que Stewart está entre as melhores atrizes que surgiram em Hollywood nos últimos tempos. Sua carreira começou quando ela tinha apenas oito anos, com um pequeno papel no projeto da Disney Thirteenth Year (1999), e ela seguiu com papéis maiores, no filme indie The Safety of Objects (2001) e depois com Foster em Quarto do Pânico.
Ela também atuou em Garganta do Diabo (2003), com Sharon Stone e Dennis Quaid; Sociedade Feroz (2005); Zathura (2005), e, em seguida, Os Mensageiros, Eu e as Mulheres (ambos de 2006) e The Cake Eaters (2007), assumindo o papel de destaque em todos os três filmes.
Ela também apareceu no sucesso de Sean Penn como diretor, Na natureza Selvagem, de 2007, interpretando Tracy Tatro, de 16 anos – uma andarilha de trailer, que estabelece uma ligação romântica com o protagonista, Chris McCandless.
São suas memórias de Foster e Penn que ressoam mais. Eles a ensinaram alguma coisa?
“Na verdade, nenhum deles quer te dar conselhos”, ela diz sobre seus dois mentores mais importantes. “Eles apenas fazem deles próprios o exemplo, isso é tudo. Tenho recusado filmes grandes, porque tem um filme pequenino que nunca vai sair e eu tenho que fazê-lo, porque se escapar eu vou me odiar. Me ensinaram a seguir somente projetos que me inspiram. Só trabalho com pessoas que me inspiram e têm uma convicção sobre as coisas e têm algo a dizer. Tenho tido muita sorte com meus diretores, também, trabalhando sob a orientação de Sean Penn e Catherine Hardwicke, Twilight.”
Com sua família já bem-versada nos caminhos da indústria cinematográfica (seu pai, John Stewart, já trabalhou como gerente de palco e produtor de televisão, enquanto sua mãe, Jules Mann-Stewart, trabalhou como supervisora de script), eles permitiram que Stewart deixasse a educação formal em seu estado de origem, Califórnia, quando ela tinha 14 anos, continuando seus estudos longe do tumulto da vida colegial. Em relação à sua vida pessoal, ela tem evitado qualquer especulação sobre um romance com o colega nas telas, Pattinson, e curte um relacionamento longo com Michael Angarano, seu colega do filme O Silêncio de Melinda.
“Eu odeio fofoca”, ela diz. “Acho que é uma razão pela qual eu nunca me senti muito confortável na escola. Fiquei feliz de deixar a escola. Agora estou com mais de 18, as pessoas ficam, tipo, ‘Bem, você se sente adulta agora? Você não é mais uma menina, tecnicamente. Você sente que agora tem mais privilégios, você se sente diferente? ‘ E eu tenho que dizer que me sinto como se nada tivesse mudado. Nada mesmo. Eu sinto como se tivesse sido a mesma durante toda a minha vida, realmente. Sempre me senti adulta.
“E em relação a perder minha infância, também tive muitas responsabilidades. Muitas. Simplesmente terminar a escola foi difícil. Trabalhar em filmes? Levou todo o meu tempo, eu acho, mas preencheu o vazio com algo tão diferente e frutífero. Tudo bem. Na verdade isso é muito bom. Eu estou em uma posição muito feliz.”
A respeito de todo o seu sucesso, Stewart insiste que ela não tinha um grande esquema planejado – não havia nenhuma estratégia de-estrela-indie-para-rainha-adolescente.
“É verdade, eu não tenho um grande plano”, diz ela. “Eu não planejo as coisas. Eu não olho para um projeto e como se relaciona com os outros. Não é tipo, oh, este é o próximo passo e isto é provavelmente inteligente para mim.” Adventureland, por exemplo, era algo que eu queria fazer porque os personagens eram fáceis para investir. Eles parecem pessoas reais – você se sentir responsável por alguém que você sente que vai morrer logo na página, a menos que você traga-o para a vida. Sempre que você sente isso, é algo que vale a pena.”
Stewart é madura o suficiente para perceber que Twilight abriu muitas portas para ela.
Ela diz: “O sucesso do filme tornou mais fácil de fazer as coisas que eu realmente gosto, coisas como um filme independente que ninguém iria normalmente ver. Agora as pessoas ficam, tipo, Oh, vamos ver neste filme da Bella de stripper, vai ser louco! “
O filme de stripper em questão é o meio indie Welcome To The Rileys, um drama sombrio que Stewart filmou com James Gandolfini, logo depois do primeiro filme Twilight. Ele ainda não tem uma data de lançamento.
“Eu interpreto uma garota muito problemática que é uma fugitiva”, diz Stewart. “Ela é uma menina de rua. Ela está trabalhando em um clube de strip e James Gandolfini esse personagem mais velho que é está meio que morto por dentro, e eles acordam um ao outro. É muito bom”.
Após Welcome To The Rileys, ela completou The Runaways, que terminou as filmagens no final de julho. O filme foi elaborado a partir de um roteiro intrigante escrito por Floria Sigismondi, que também dirige, e centra-se nos tempos iniciais da banda de rock só de garotas dos anos 70, The Runaways, com um foco especial nas fundadoras, a guitarrista Joan Jett (interpretada por Stewart) e a vocalista Cherie Currie (Dakota Fanning).
O roteiro é levemente baseado na autobiografia de Currie, embora Jett disse que “absolutamente não é um biografia cinematográrica”. Ela acrescentou: “Não é fato-por-fato. O que eles fizeram foi basicamente pegar elementos da história de The Runaways e criaram uma narrativa paralela.”
Essa narrativa foi impulsionado pela presença de ambas as mulheres no set, e não é nenhuma surpresa que Stewart formou um vínculo com a roqueira ícone Jett.
“Joan é como um modelo notável para qualquer jovem”, diz Stewart. “Ela também é uma ativista e uma feminista. E a relação que é realmente interessante no filme é Cherie e Joan, as duas líderes da banda. Elas fizeram tatuagens juntos no Japão e, obviamente, elas ainda têm essas tatuagens. Eu amei isso porque é uma parte divertida do filme.” Ela acrescenta: “A verdadeira questão, porém, é o grande conflito. Cherie não conseguem lidar com o sucesso, ela nem quer, necessariamente, a esse respeito, enquanto Joan é uma pessoa muito firme, autoconfiante e ela sabe que isto pode alavancar toda a sua carreira. Então, ver tudo desmoronar e vê-la ainda em pé, dá uma cena realmente explosiva. Amperes explodem e guitarras são esmagadas.”
Tudo isso soa bastante apropriado. Assim como Jett, Stewart é uma artista apaixonada e talentosa, e como aqueles que deram o seu treinamento de mídia sabem muito bem, ela não vai se conformar sem luta.
Adventureland estará nos cinemas em 11 de setembro(INFELIZMENTE SÓ NOS EUA).